20 de fev. de 2009

Coisas sobre o Vasco da Gama


É notória a recente evolução do futebol brasileiro fora das quarto linhas. Por falta de vontade ou talvez por pouca sensibilidade para perceber essa lenta, porém constate, evolução pouco se comenta sobre ela nos meios de comunicação. Um dos pontos mais visíveis dessas alterações é a consolidação do campeonato em sistema de pontos corridos. Esse tipo de formula beneficia o planejamento e a organização e pune severamente o improviso, que foi ao longo dos anos a principal característica das administrações do nosso futebol. Pois bem, um a um os clubes brasileiros estão se vendo obrigados a mudarem o modo de pensar e agir, os que relutam estão sistematicamente ficando para trás e os que saíram na frente estão colhendo os frutos.
A historia recente do Corinthians é um exemplo bastante representativo dessa realidade, depois de ganhar diversos títulos, baseado em uma administração corrupta e pouco comprometida com a saúde do clube a longo prazo, o alvinegro se viu abandonado pelos investidores, envolvido em escândalos, no fundo do poço dentro e fora de campo e obrigado a reformular toda a estrutura de funcionamento do clube.Com competência, apoio de sua fanática torcida e com um pouco de sorte, em apenas um ano voltou da segunda divisão extremamente fortalecido dentro e fora de campo , com uma grande reconstrução de sua imagem.
Vamos falar então do Vasco da Gama. Ele era a algum tempo um desses dinossauros em meio a um levante de valorização do poder da organização e do planejamento.Um dos últimos grande do país a não perceber o anacronismo da instituição. Dentro de campo sobrevivia aos trancos e barrancos até o fatídico e anunciado rebaixamento. Quando Eurico Mirando foi deposto, dando lugar ao querido e admirado Roberto Dinamite, um oba-oba tremendo foi criado, como se o simples fato de se trocar um dirigente corrupto por um que preze pela ética de seus atos fosse suficiente para levantar um clube de futebol. As comparações com o Corinthians tomaram conta de todos os comentários a respeito da situação do Vasco. Traçar o mesmo caminho que o time paulista traçou parecia óbvio, quase um movimento natural. De cara, achei que eram caminhos e historias completamente diferentes, o Vasco iria precisar de muito mais do que boa vontade e honestidade pra voltar a ser forte.
Os primeiros meses da administração de Roberto Dinamite comprovaram que o meu sentimento não estava errado. O modo de fazer futebol da atual direção do clube cruzmaltino é exatamente igual ao anterior: ultrapassado, sem planejamento, baseado em improvisos. Foram feitas contratações que não combinam as ambições de reconstrução, quem apostaria em Carlos Alberto e Leo Lima pra a liderarem um time na situação do Vasco? E até o ponto primordial da esperança em Dinamite foi posto em cheque: a ética de sua administração, desmitificada sob a força das acusações feitas pelo ex-vice-presidente de marketing do Vasco José Henrique Coelho.
A ultima prova de incompetência da presidência vascaína foi a escalação irregular do jogador Jeferson que gerou a perda de seis pontos e eliminação das semifinais da taça Guanabara. Pior, e mais sintomática, foi a recusa em aceitar a punição e a ameaça de recorrer a instancias externas ao futebol. Ao invés de recorrer ao velho artifício do tapetão o clube deveria usar esse episodio pra responsabilizar os responsáveis pelo equivoco e investir no aperfeiçoamento do setor gerou esse erro tão amador. Mas, pelo visto esse não é o modo de pensar do clube no momento.
Restará á torcida, a curto prazo, torcer para que dentro de campo o improviso e a forca da camisa dêem resultados, da mesma maneira que sempre foi feito o nosso futebol no século passado.
Parece que o caso vascaíno, ainda, não é daqueles que caíram, deram um passo atrás para dar dois para frente, e se reergueram fortalecidos. Parece que a queda foi simplesmente uma queda.

12 de fev. de 2009

Coisas sobre nossa Língua Portuguesa - I

Um tempo atrás, ouvi minha namorada falar uma palavra e o significado usado por ela era bem diferente do que eu estava acostumado a ouvir. Mais do que isso, era quase o oposto. Confiando no conhecimento de minha mulher e desconfiando das minhas fontes (transmissões esportivas), resolvi consultar o dicionário.

Voluntarioso: adj (voluntário+oso) 1 Que é dado a satisfazer plenamente a sua vontade, sem consideração de qualquer ordem; que se dirige só pela sua vontade. 2 Caprichoso, teimoso.

Meu Deus, quantas vezes ouvimos locutores e comentaristas adjetivando como voluntarioso um jogador guerreiro, que se entrega em campo, que ajuda os companheiros.

Usam a palavra com a conotação, bruta, de alguém que tem predisposição a ser voluntário. Normalmente, usam para jogadores que não tem muita técnica, mas são disciplinados taticamente e jogam com raça; Gilberto Silva, Toró, Wanderson são bons exemplos.

Só ontem, ouvi o termo em duas transmissões diferentes.

Eu não sei quem foi o primeiro a usar essa palavra com esse sentido tão deturpado do seu real significado, mas nunca é tarde para tentar corrigir o erro. Por isso o MEGA Blog “Coisas Sobre Futebol” lança a campanha “Não troquem o significado da palavra voluntarioso em transmissões esportivas”. Afinal, sempre que alguém pensar em elogiar um jogador e não conhecer bem a nossa língua correrá o risco de chamá-lo de egoísta, rebelde. Pior ainda, de chamá-lo de delegado e disseminar pelo país, já tão carente de conhecimento, o uso incorreto das palavras.

Engraçado foi que, atrás de uma foto para ilustrar o post, coloquei voluntarioso para procurar no Google imagens e metade das fotos que apareceram foram justamente de jogadores de futebol tidos como tais. Mais ainda, vendo a foto do argentino Sambueza vi a palavra sendo utilizada por um jornalista também argentino. Resolvi procurar o significado em espanhol e pelo visto lá a palavra significa o que nossos comentarista e locutores acham que ela significa aqui. Heheeh

Deixando mais claro; se você traduzir voluntarioso de espanhol para português vai encontrar a seguinte definição : "alguém que faz as coisas de modo solidário”; já se você traduzir voluntarioso de português para espanhol encontrará a palavra díscolo; “díscolo, Se aplica a la persona que suele desobedecer y rebelarse contra las normas y ordenes...”
Espanhol - Português = voluntarioso - alguém solidário
Português - Espanhol = voluntarioso - díscolo


Dessa forma a campanha “Não troquem o significado da palavra voluntarioso em transmissões esportivas” poderia, então, ganhar o subtítulo “Não fale espanhol achando estar falando português”.

5 de fev. de 2009

Coisas sobre o Museu do Futebol

Opa!
Essa semana, fui a São Paulo e visitei a nova atração turística da cidade, o Museu do Futebol no estádio do Pacaembu. Realmente para alguém como eu, acostumado com a estrutura precária de tudo que é relacionado a futebol na Bahia, a primeira visão da entrada do estádio já impressiona; a fachada impecável do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, uma loja de artigos futebolístico(Roxos e Doente) e um bar-café temático, que fica devidamente fechado em dias de jogos.

A entrada para o museu é bem barata; R$ 6,00 inteira e R$ 3,00 meia. Um dos pontos principais a se destacar sobre o museu é o direcionamento dado quanto ao publico visitante; é um projeto que pretende agradar tanto aos fanáticos por futebol quanto às pessoas que pouco se interessam pelo esporte. E essa postura dá a tônica em todos os setores do museu, tanto nas virtudes quanto nas fragilidades.

O ponto alto é o uso da tecnologia e da interatividade. Pode-se ouvir, ver, jogar...Definitivamente é um museu vivo, como afirmou Joseph Blater, após conhecer o local.É uma vista divertida para todos.

Para tentar conquistar os menos apegados, a evolução do futebol é mostrada sempre relacionada à história do país. Essa característica pode desapontar os mais aficionados, pouco se fala sobre aspectos clubistícos. Muito concentrado nos fatos mais relevantes da seleção e dos jogadores fora de serie, o museu deixa de lado peças que poderiam enriquecer seu acervo, como troféus, camisas e artigos de conquistas e momentos importantes. Para quem é de fora de São Paulo, outro momento legal do programa é a visita a arquibancada do Pacaembu.

Resumindo, é uma programa que eu recomendo fortemente a quem estiver na capital paulistas, apaixonados ou não por futebol, mesmo percebendo que ainda há um potencial enorme não explorado pelo museu. E pela organização e vontade, sabendo-se que esse é um empreendimento novo, acho que de próxima vez que for a São Paulo posso fazer uma nova visita e encontrar um museu ainda melhor!

-Um ponto imperdoável na estrutura do local é ausência quase que completa de informação em outros idiomas, definitivamente isso tem que ser corrigido com urgência. Um museu que pretende ser um marco turístico para a cidade não pode cometer um deslize desses.


-Fachada do Pacaembu















-Arquibancada do estádio, vista da entrada principal.














-Escudo do maior time do Brasil.heheheh














-Totens das copas















- Crepe no Bar-Café “O Torcedor”














-Apesar de atribuída a João Saldanha, já vi essa frase ter sua autoria contestada. Quem tiver mais informações por favor se manifeste.heheheh













-Arquibancada vista de cima














- Maior time do Brasil